A palestrante se referiu à vida intensa e plena de vivências do Apóstolo da independência de Cuba, que desde tenra idade utilizou a palavra como instrumento de luta política.
Lembrou que Martí redigiu as bases e os estatutos e articulou a criação do Partido Revolucionário Cubano para empreender uma nova etapa da luta pela independência nacional, em estreita colaboração com outros heróis, os generais Antonio Maceo e Máximo Gomez. Referindo-se ao trabalho literário do mestre, ressaltou seu caráter de precursor do modernismo, um movimento literário que abriu uma nova forma de pensar a América Latina com sua própria identidade. Elogiou as excelentes habilidades de observador e sintetizador da realidade, do político criador e versátil de Marti, cuja prosa jornalística - disse - não foi superada na América Latina. Suas crônicas para o jornal argentino La Nación, replicado em mais de vinte países, resultaram no surgimento de um novo tipo de jornalismo crítico e com visão social, que denunciava profundamente as causas da injustiça e da desumanização. Também destacou a contribuição de uma literatura para crianças e jovens, representada pela obra A Idade de Ouro e a importância dos Versos Simples, famosos por sua espontaneidade e simbolismo, revolucionários e cheios de colorido e sonoridade, transmitindo uma mensagem universal. Alguns desses versos, assim como dos Versos Livres foram lidos e interpretados e ao final o jornalista Beto Almeida cantou La Guantanamera, espontaneamente acompanhado pelo auditório lotado, cuja presença o gerente de negócios da Embaixada de Cuba, Homero Sacker, agradeceu, enfatizando o profundo significado que para seus compatriotas se reveste a figura grande e universal de José Martí, que representa também a imagem da unidade, uma palavra de ordem para sucessivas gerações de cubanos.